Terapia Aquática Water Dance

Desenvolvido por Arjana Brunschwiler e Aman Schroter nos anos 80, é também conhecida por Wasser Tanzen ou WATA. Caracteriza-se por movimentos mais dinâmicos, coordenados com a respiração e elementos de massagem, Aikido, ondulações, inversões, dança e imersões gentis (com a ajuda de um nose clip).

Terapia Aquática Flydeeper

Há quem descreva a sensação que se vive numa sessão aquática como um retorno ao útero, uma submersão que nos traz segurança e nos liberta do peso da gravidade. Flydeeper é uma das terapias em que mais facilmente podemos atingir esse estado de entrega e leveza. A sequência de movimentos é lenta e intuitiva.

Violeta Aguiar Lapa

Violeta Lapa

Movimento Aquático – Terapia Aquática – Dança na Água

Violeta é uma pessoa com uma enorme sensibilidade e com um percurso único na descoberta do elemento água. Até há poucos anos, tinha medo do mar e das ondas grandes, uma fobia que a limitava e criava constrangimentos. Aprendeu a nadar e a dançar debaixo de água. Entregou-se a esta vocação e a sua viagem tem sido incrível. Fundadora do Oceans and Flow, já levou dezenas de pessoas pelo mundo em experiências que fundem a consciência de movimentos (ou ausência deles) na terra e na água. As suas principais influências são de Watsu, Flydeeper, Doula Aquática, Embriologia na água, estudos psicológicos, mergulho livre, sound healing com taças tibetanas na água, meditação, Ai Chi, Yoga e Dragon Dreaming.

Pesquisa o corpo “através de diferentes artes e técnicas corporais, dança na água, mergulho livre em apneia e mais recentemente o bodysurf.” Foi na água que encontrou um propósito e uma missão: “levar a sua mensagem a mais pessoas e tudo o que este precioso elemento nos possibilita, facilitando vivências de auto-conhecimento e consciência corporal, através de um conjunto único de experiências de reconexão com a água e com a natureza.”

Tiago Paraíso

Flydeeper – Aquatic Healing Arts

As terapias com água são a sua paixão.

A “estrada” da vida trouxe-o para este caminho. Depois de uma lesão grave que o deixou limitado nos movimentos das costas, apenas com as práticas das terapias aquáticas se conseguiu curar. Este processo foi tão transformador na sua vida, que desde então tem estado conectado na sua formação e transmissão dos seus conhecimentos e presença.

Tem formação em terapias como Flydeeper, Watsu, Liquid Touch e outras, para além do seu mestrado em Psicologia e uma Pós Graduação em Bioestatística..
Tiago é um dos dos facilitadores aquáticos no LiquidZome e acredita que todo o ser tem um desejo profundo de ser ouvido. Ele adora ouvir. Permita que ele o ouça através da água.

Marjorie Sá e a arte de rebozo

Rebozo

Falámos com a Marjorie sobre a técnica que dá conforto às mulheres durante a gravidez. Water Rebozo utiliza panos para envolver os corpos em terra ou na água. É uma arte ancestral que praticamos no LiquidZome, e sem dúvida que a Marjorie é a melhor pessoa para explicar exactamente o que é e que benefícios traz.

 

O que é para ti a arte de rebozo na água?

É colo. Esta prática surge nos através da inspiração da mãe que carrega seu filho, no ventre e em água, embrulhado por tecidos musculares, faciais e epidérmico, e fora do ventre, no colo, no seio, braços e universalmente tradicional, por faixas e tecidos, reproduzindo talvez e de alguma forma esta sensação de pertença, molhada e penetrante qual a água nos abraça, dentro de um invólucro de segurança, sentidos e afeto. 

 

É inspirada no rebozo em terra? Costuma ser praticada em terra e na água na mesma sessão?

Certamente inspirado no Rebozo das parteiras, mantemos este nome inclusive em sua homenagem. O Rebozo é o nome centro americano, mas há registros históricos de panos similares usados em todos os continentes para facilitar a mobilidade pélvica e corporal durante o parto, e acolher os ossos e corpos das mães e bebés após o parto. 
Não costumamos fazer ambas as dinâmicas numa mesma sessão, somente nos cursos, em caráter mais didático. Enquanto vivência creio que é bom dar ao corpo tempo para perceber e digerir a experiência em cada ambiente, terra e água, com seu devido tempo e nuances distintas.

 

Water Rebozo tem alguma semelhança com outro estilo de terapia na água, como aguahara, water dance ou liquid flow?
Water rebozo faz um complemento às outras terapêuticas. Na nossa escola Waterdoulas desenvolvemos a prática em dinâmicas coletivas, nas sessões de pares ou casais e no atendimento individual. Cada uma promove uma interação diferente. Coletivamente suportamos o corpo em flutuação, estimulando sua autonomia de movimento e relação com a água, com o rebozo servindo-o de apoio, palco, delimitação. Nas práticas de pares brincamos com as simetrias, tanto há este espaço de sustentação individual como há um espaço de abrigo e abraço, quando tratamos casais ou relativos. Nas sessões individuais já conseguimos incluir a massagem, trabalhando o corpo por partes e integralmente, na superfície e com imersões.
Diria que faz uma ponte entre as terapias aquáticas de movimento e relaxamento profundo e as práticas de renascimento, uma vez que é muito comum nosso corpo acordar as memórias uterinas neste tipo de ambiente e estímulo. O tecido torna-se uma extensão dos braços do terapeuta, um grande ventre, um colo abrangente que tanto contorna e abriga quanto permite expandir e perceber a textura e o tempo da água. 

 

O que é que as grávidas costumam relatar após estas sessões?
Para a gravidez exploramos os apoios pélvicos e lombares, o que proporciona grande conforto na flutuação, por exemplo. O relato costuma ser de relaxamento, restauração, conexão íntima com os movimentos e percepção mais acentuada do bebé.

 

Também se pratica rebozo no parto?
Sim, inclusive na banheira comum ou na piscina de parto levamos o water rebozo para apoiar. Claro que o mais importante é estimular ao longo da gestação, com esta e com outras dinâmicas corporais e subtis, como a água se pode tornar uma aliada da parturiente.  

 

E nos pós-parto?

No pós parto trazemo-o mais em forma de contenção, uma vez que corpo parto é um corpo que se expandiu ao seu limite, no pós a terapêutica é suave, movimento apoiados, envolventes, que ajudam a mãe delimitar seu novo corpo. O rebozo de forma coletiva também nos permite abrir uma grande cama que pode acolher a mãe e bebé em conjunto, ou mesmo somente ela, uma vez que estes pequenos momentos de relaxamento na água, sendo suportada e sentindo-se segura, equivale a uma noite de sono. Também fazemos a prática do fechamento dos ossos na versão aquática.

 

Em termos de benefícios para o processo de gravidez, quais são?
Como disse acima, no que se refere a preparação para o parto o mais importante talvez seja perceber como água é uma potente aliada, que inspira estados mais relaxados, fluidos, que aquece os tecidos, que permite movimento livre de gravidade, e isso tudo ajuda o trabalho de parto, enquanto recurso não farmacológico de alívio a dor. Como em trabalho de parto muitas vezes precisamos de pontos de apoio e segurança, a interface do tecido ajuda nesta situação, de contração, e acolhe o corpo no relaxamento entre as ondas.
Para a gravidez em si focamo-nos no bem estar e relaxamento, os processos terapêuticos tendem a se desenrolar naturalmente a partir daí, seja relativo ao vínculo, medos, relações, memórias, tramas, situações inusitadas. Cada uma vai onde puder, e também cada terapeuta conduz a partir do seu espectro de atuação.
Enquanto terapia aquática concentramos mais no bem estar físico, na mobilidade das articulações, no toque e alongamentos, da leveza e consciência corporal que a água proporciona. Como doula, naturalmente, vou incluir mais as questões relacionadas ao processo gravídico-puerperal dentro do nosso encontro aquático. Porém são dinâmicas distintas e estimulamos ambas enquanto formadoras, ou seja, quem trabalha na terapia aquática aprofunda-se nos temas do corpo grávido e suas necessidades especiais, quem atua com grávidas em outros contextos, incluir dinâmicas aquáticas nos seus serviços.O intuito é a mulher ou casal se sentirem nutridos, relaxados, alegres, unidos ao próprio corpo e seu bebé, creio que são estes os grandes beneficios.

 

É uma terapia aconselhada também para outras situações, que não seja gravidez? 

Com certeza. Para qualquer pessoa. A nível físico é acolhedor para quem tem restrições físicas ou medo de estar na água, dores pélvicas e lombares, traumas de nascimento, situações de luto, mudanças na vida em geral. Também trabalhamos com water rebozo em dinâmicas familiares, com bebés, crianças, idosos e com deficientes físicos e seus cuidadores.

 

Para ti, pessoalmente, o que é a água traz para o nosso corpo, a nossa mente, a nossa vida? 

A água traz vida e permite a nossa comunicação. É uma facilitadora na conexão, na clareza comigo, com as minhas águas internas e com o mundo.  Mas para mim a água não se resume a um agente pacífico, ela também traz agitação, tempestades, muita mobilização emocional.

 

Sentes que ainda há muito para explorar no mundo do Water Rebozo?

Está acontecendo. É lindo de ver. Com a Waterdoulas estamos a todo vapor, desenvolvemos esta pesquisa desde 2017 e finalmente conseguimos lançar agora os primeiros cursos presenciais e também um módulo online. Recebemos sempre um feedback muito positivo e criativo de quem se inspira na nossa prática. Além de testemunhar pelas redes e pelos relatos um interesse crescente, em diversas vertentes terapêuticas e lúdicas, pelo uso dos tecidos na água e multiplicidade de uso e reações que ele provoca. Creio que é um elemento que chegou mesmo para ficar e se tornar um acessório ou mesmo uma ferramenta importante.

Neste caminho sentimos imensa alegria pelo pioneirismo em apresentar esta prática de forma organizada, fazendo esta colagem entre o babywearing, a massagem com panos, o tecido aéreo do circense e principalmente em total reverência aquelas que mais nos inspiraram nesta exploração, as parteiras tradicionais, e por isso manter o Rebozo no nome.

Water Rebozo

Water Rebozo

Na sua essência, o rebozo é uma arte ancestral de apoio às grávidas, que consiste no envolvimento da zona abdominal e lombar em panos, processo que proporciona um enorme conforto e flexibilidade às mães em todas as fases da gravidez, parto e pós-parto. O nome tem origem na língua espanhola e deriva da palavra xaile, sendo que no México se chama rebozo aos panos longos multi-usos e multi-coloridos que fazem parte da cultura daquele país.

 

Ao longo dos anos, desde tempos longínquos, a arte do rebozo nas grávidas tem sido desenvolvida em terra, num ambiente seco. Mais recentemente, tornou-se uma técnica aplicada também em água, com inúmeras possibilidades para criar bem-estar durante a gravidez e pós-parto.

 

Para além dos momentos de relaxamento e prazer, tão importantes nesta fase da vida de uma mãe, o Water Rebozo é igualmente uma ferramenta útil na preparação para o parto, porque estimula a zona uterina. No interior da barriga, o bebé vai sentir o conforto de um suporte ergonómico e os movimentos naturais do ambiente aquático. Um casulo dentro de um casulo.

 

A arte de Water Rebozo estimula o equílibrio do corpo e a fascia, camada que se encontra entre a pele e os músculos, articulações e ossos. O pano envolve e aconchega (sem tapar o rosto e respeitando o ritmo da respiração natural), e é o elemento que reconecta a fluidez entre os líquidos que compõem o organismo e o exterior. Desenvolvida por Water Doulas, esta prática tornou-se universal e versátil. Para as grávidas, a sensação é de segurança e entrega, de abraço e embalo – o mesmo que sentiram enquanto filhas.

 

Os movimentos suaves e amparados pelo pano proporcionam alongamentos e um total relaxamento. A mente desliga-se do tempo e do espaço, entra em fusão com o tecido, como se fosse uma enorme membrana que envolve o corpo e liberta as tensões. Para algumas grávidas, este é também um momento divertido, de pura alegria e gestos intuitivos. É uma espécie de antevisão daquilo que a maternidade pode ser.

 

Apesar de ser pensado para a fase de gravidez, parto e pós-parto, o Water Rebozo já provou ser útil também como terapia para outras situações.

 

Vamos falar?

vamos falar

 

“O silêncio dentro da bolha é um dos impactos mais significativos para quem recebe uma terapia aquática, pois permite ouvir os batimentos cardíacos, combinado com o relaxamento do sistema nervoso e um convite único para habitar uma frequência cerebral específica e exclusiva, semelhante à que temos quando acordamos de um sono. Neste artigo, desejamos explorar as razões para abrir uma janela para o receptor iniciar uma conversa e permitir que nós, como facilitadores, convidemos a falar durante a sessão de hidroterapia.”

É assim que Ofer Rosenthal, criador do Fly Deeper, começa um texto em que fala sobre a possibilidade de deixar uma porta aberta à conversa. A experiência somática na água permite que “a mente e os pensamentos estejam num precioso estado de ‘férias'”, e é por isso que muitas vezes a hidroterapia é abordada como um momento de silêncio. No entanto, a comunicação verbal pode trazer benefícios. Ofer aponta quais.

“Um dos assuntos mais comuns: ao ficar muito tempo na água surge a necessidade/urgência de fazer xixi, para alguns será mais fácil evitar, para outros será difícil ficar toda a sessão sem descarregar líquidos, por várias condições físicas e emocionais, muitos delas relacionadas com a sessão, como a gravidez, por exemplo. Um simples copo de água que foi oferecido antes da sessão ou um batido que foi bebido antes de vir com o estômago leve e sem fome pode alterar as condições.”

“O desejo de fazer xixi leva a mente dos receptores para os seus corpos e necessidades, ficarão presas ao tópico de inconveniência pelo resto da sessão e, para alguns, pode provocar fortes lembranças de vergonha e culpa; desde a mais tenra idade, quando urinavam na cama ou nas calças, o que é muito comum em muitas crianças ou mesmo na idade adulta por várias razões.”

“Mesmo como facilitador, experimentei muitas vezes a necessidade de interromper a sessão para a pausa de urina. Tive o relógio diante dos meus olhos para saber quanto tempo preciso esperar e a oportunidade de ter uma pausa para cuidar de minhas necessidades. Por isso este artigo é também para lembrar este facto a nós, facilitadores.”

“Ao tocar no conceito primordial de necessidades básicas, é preciso lembrar que também o “número 2″ pode surgir enquanto todos os órgãos estão a desfrutar a ausência de gravidade, de libertação emocional e de uma massagem hidrodinâmica.”

 

Percepção da dor

“Outro motivo comum para convidar quem recebe uma sessão a se sentir mais à vontade para falar é que normalmente haverá o despertar de questões pessoais importantes e relevantes que não foram faladas durante a conversa inicial, como uma lesão no pescoço ou sensibilidade em certas partes do corpo. Este esquecimento pode ter várias razões – pode acontecer porque se demora algum tempo a ganhar confiança ou simplesmente porque as pessoas não se lembram desses tópicos, estavam bem escondidos pelo subconsciente.”

 

“Quando estamos numa sessão profunda, especial e tocante, é quase certo que algo mudará e que não estaremos mais naquele “lugar” onde estávamos. É essencial o facilitador ir tendo uma atualização, para permitir compartilhar a mesma página e principalmente para ir compreendendo. Qualquer sessão tem o potencial para curar ou negligenciar estas questões.

 

Sem medo de falar

“Para ter uma visão mais ampla de compaixão, devemos lembrar-nos que a maioria das pessoas não são meditadores de alto nível. Estar em silêncio total por 45 minutos ou mais pode ser exigente para algumas pessoas e intimidante para outras. Se sabemos que as portas para uma conversa estão abertas, tudo pode mudar suavemente e permitir que expressões autênticas e tão preciosas surjam neste encontro, a cru e sem fingimentos.”

 

“A terapia da água tem o privilégio de tocar profundamente em muitos desses tópicos primordiais, um após o outro – somos capazes de tocar na história por detrás das histórias. Uma vez que as nossas habilidades crescem para além dos movimentos e gestos básicos, vemos a imagem maior e levamos os receptores a desassociar os conceitos de “nenhum controle” ou “desamparo”. Mesmo sem saber o que vai acontecer, são convidados a expressar-se.”

 

“Uma sessão tem o potencial de invocar, despertar e desconstruir pilares fortes de autopercepção criados pela sociedade, como intimidade, tolerância, aceitação e confiança.”

Terapia Aquática Liquid Flow Essence

Dariya Kuznik

É uma das terapias que mais se baseia nos princípios e métodos do Watsu. Foi desenvolvida por dois terapeutas do Quiet Healing Center, em Auroville, na Índia, de frente para um cenário de floresta e mar, num ambiente que junta vários tratamentos complementares e alternativos, numa espécie de work in progress comunitário de diferentes áreas. Ou seja, um pequeno paraíso de bem-estar. 

 

Origem 

Entre as atividades deste centro, existe uma secção dedicada às terapias aquáticas, com uma piscina aquecida a 35 graus onde diversos terapeutas desenvolvem as suas práticas. Dariya e Daniel são a dupla de residentes que criaram este conceito chamado Liquid Flow, uma série de movimentos e toques que resultaram num estilo muito próprio, em consonância com as bases do Watsu. No centro e também noutros locais do mundo, são várias as pessoas dedicadas às terapias aquáticas que tiveram formação específica neste estilo, e muitas estão ligadas ao Liquid Zome. Por isso, estejam atentos! 

 

A experiência

É diferente porque mistura as qualidades do Watsu, do OBA (Oceanic Bodywork Aqua), da Healing Dance e da Water Dance. A terapia começa à superfície, enquanto o corpo vai relaxando, com movimentos suaves mas contínuos, para que os músculos e as articulações recebam os efeitos da água morna. 

Antecipadamente, pode-se combinar a colocação de um clip no nariz, para que seja possível desfrutar da segunda parte desta massagem: a submersão. É neste ponto que a experiência se torna mais profunda e relaxante. A sensação assemelha-se à passagem de rio por nós, numa fluidez de água que nos conforta e alonga o corpo. 

 

Os benefícios

São imediatos, mas também se prolongam pelo tempo. As massagens na água são uma forma única de libertar tensões e descansar o corpo. São um veículo de tratamento de lesões ou dores musculares. Mas são sobretudo um momento de ganhar confiança e desfrutar uma sensação de entrega que nos leva a ultrapassar barreiras e a deixar fluir a mente. A sessão termina com um suave retorno ao mundo exterior, para que o impacto não seja repentino. Há um “acordar” que nos desperta emoções e paz interior. Esta sensação de flutuar permanece mesmo quando pomos os pés no chão, e mantém-se quando caminhamos em terra firme, depois desta experiência maravilhosa. 

 

Lao Marin

Aguahara – Dança na Água

Nascida em Berlim e cidadã do mundo, Lao Marin teve o seu momento de life-changing em 2012. Acontece a muitas pessoas que têm encontros inesperados com este fascinante universo das terapias aquáticas: há um dia em que tudo muda. Desde aí tem estudado intensamente as práticas de aguahara e dança na água. Há cerca de um ano fundou a Somaquatics, onde desenvolve um trabalho pessoal e comunitário através de sessões individuais, workshops, cursos e retiros. Tornou-se terapeuta, cuidadora, ativista e professora, viajou para vários lugares onde explorou as suas técnicas e partilhou conhecimento com diferentes facilitadores desta área. Foi assim que nasceu a ideia de fazer um projecto chamado Temple of Water, que reúne uma comunidade dedicada a experiências na água, sejam elas artísticas, de cura ou até políticas. Nesta rede de contactos e vontade de conhecer o mundo e cada cultura, é fluente em alemão (a sua língua-mãe), inglês, espanhol e português.

A experiência de uma sessão individual com a Lao é por isso um momento único, onde todos os seus conhecimentos provenientes da dança e do tempo a que pratica e ensina aguahara, fazem desse momento, algo bastante especial que aconselhamos.

A magia da massagem sacro-craniana

Massagem sacro-craniana

A massagem sacro-craniana faz-se habitualmente após uma massagem normal na água, que à partida nos deixa com o relaxamento necessário para receber o bombom final. É algo um pouco inexplicável, porque só experimentando podemos sentir o que uns toques aparentemente simples alteram a nossa disposição e bem-estar. Realinhamento, despertar, abrir percepções, descansar, deixar de sentir peso e tensão facial… É realmente difícil explicar, por isso perguntámos à Marina Sans que processo é este, em que apenas segura na cabeça.

Antes do momento da massagem sacro-craniana, tu introduzes uma sessão de relaxamento em que trabalhas todo o corpo e fazes imersão. Porquê?

Antes do tratamento sacro-craniano na água, é necessário e muito positivo relaxar o corpo, especialmente o corpo articular, e também a mente, de forma a entrar na escuta crânio-sacral. Há mais possibilidade dos tecidos fluídos serem trabalhados. Não necessariamente com imersão, depende se as imersões relaxam quem vai receber a sessão.

A massagem sacro-craniana é subtil, quase imperceptível, no entanto, tem um objectivo específico. Podes explicar qual é?

O sistema sacro-craniano tem a função vital de manter saudável o meio em que o sistema nervoso central funciona, ou seja, o líquido cefalorraquidiano ou cerebro-espinal, que envolve e protege o cérebro e a medula espinhal, e em consequência as membranas meníngeas e os ossos aos quais se fixam, incluindo o crânio – abóbada, face e boca – e o sacro. O líquido cefalorraquidiano tem grande influência em muitas funções corporais.
Com um leve toque, um terapeuta treinado pode perceber as pulsações do sistema crânio-sacral transmitidas a todo o corpo através do sistema fascial. Como cada órgão, cada músculo, cada veia é envolvida por esta fáscia, uma restrição nela pode alterar a estrutura do corpo e afetar sua função. O trabalho terapêutico consiste em ajudar o paciente a restabelecer o fluxo normal de movimento pela atenuação ou desaparecimento dessas resistências.
Essa metodologia tem mostrado, além de relaxar e proporcionar clareza, aliviar uma ampla gama de distúrbios como disfunções congênitas, problemas de sucção e respiração em bebés, lesões do sistema nervoso central, medula espinhal e nervos cranianos, dor craniofacial e enxaqueca, fadiga e estresse, descoordenação motora, dor crónica no pescoço e nas costas, escoliose, discopatias, hérnia de disco, bruxismo e disfunções da articulação temporomandibular (ATM), distúrbios de aprendizagem, stress pós-traumático e emocional, autismo e transtornos de conduta.
É também recomendado como tratamento preventivo, pois melhora o sistema imunológico e proporciona mais energia, qualidade de sono e equilíbrio físico e mental.

Com as tuas mãos, sentes onde a massagem está a actuar? É diferente de pessoa para pessoa?

Oh, sim! Sinto os três pulsos ou fluxos diferentes (gosto de chamá-los de marés) do líquido cefalorraquidiano – quando atinge a cabeça, circunda o cerebelo e o cérebro e se expande pela coluna vertebral. Muda muito de pessoa para pessoa e na mesma pessoa em momentos diferentes. Já o fluxo desse fluido varia de acordo com as tensões ou bloqueios entre os ossos cranianos e espinhais e o estado da fáscia (conectado a tudo). Portanto, cada sessão varia conforme o estado do mar varia a cada dia.

Muitas vezes a capacidade de visão depois desta massagem fica melhor. Qual é a razão?

Sim. O líquido cefalorraquidiano encontra-se por trás dos olhos. Quando o crânio e a coluna são desbloqueados e o líquido pode fluir melhor, aumenta a quantidade de fluído que sustenta os olhos, por trás, para que a transmissão de informações entre eles e o sistema nervoso seja mais fluida e direta.

Que feedback tens das pessoas que recebem esta massagem? Como se sentem na maioria das vezes?

Resultados recorrentes após a terapia são sensação de melhor visão, maior clareza, eixo. Calma. Mais energia disponível. E muitos outros… Normalmente todos saem de uma sessão sacro-craniana felizes. Quem quer se integrar bem neste trabalho costuma fazer um processo de 10 sessões.

Quais são as condições ideais para um terapeuta aplicar esta massagem?

Para o tratamento sacro-craniano na água, as condições necessárias para este são muito precisas. Uma delas é silêncio, para ouvir o movimento de um líquido interno na cabeça da pessoa que recebe a sessão… A água na qual o corpo flutua deve estar em total quieta. Se for uma piscina, não pode haver outras pessoas nela ou qualquer tipo de circulação ou movimento da água durante o tempo de tratamento.
Outro aspecto importante é a temperatura. Sendo um tratamento que escuta os movimentos internos do corpo, mas sem movimentos externos e níveis elevados de relaxamento são alcançados, é essencial trabalhar na água à temperatura corporal (34-35 graus). O LiquidZome, para além de especial pelo seu carácter precioso e mágico, é uma das piscinas mais bem climatizadas que conheço.